Não repare esse meu jeito meio sem jeito de ser. É um pouco desajeitado e confuso, mas faz parte de mim. Perdoe minha falta de atenção, de vez em quando. É que sonhar acordada é meu vício favorito e, às vezes, me esqueço de despertar. Sem querer ignoro a realidade, que o tempo todo me chama de volta pra ela. Às vezes, finjo que não a escuto e continuo no meu mundo paralelo, em busca do que nem eu mesma sei. Acabo perdida dentro de mim, de pensamentos, planos inacabados e os que ainda estão sendo construídos.
Não tire nenhuma conclusão a meu respeito, pois a cada dia me desconstruo e me torno um pouco diferente do que fui ontem. Não tente me entender, nem eu consegui isso até agora, e nem sei se pretendo fazê-lo algum dia. Apenas me aceite, e fique somente por eu ser exatamente como eu sou. Perdoe meus defeitos, eles não são maiores que o afeto que nos une. E, como boa e autêntica teimosa, insisto, tenha paciência com minhas teorias da conspiração e com a minha mania de discordar e problematizar tudo. É que a possibilidade de enxergar as mesmas coisas de formas diferentes me fascina.
Não julgue minha timidez e, às vezes, frieza aparente. Cada um possui um mecanismo de defesa, talvez, esse seja o meu. Mas, com tempo e paciência, é possível notar que cada um tem de mim exatamente o que cultiva. Não sou boa com mentiras e péssima em disfarçar, minhas expressões faciais têm vida própria e sempre me entregam. A vantagem é que, às vezes, um olhar fala mais do que mil palavras e dispensa qualquer resposta. Geralmente, falo pouco ou quase nada. É que gosto de observar os detalhes. No final das contas, eles é que fazem a diferença.
Não estranhe esse monólogo confuso e desajeitado. Não siga nenhum conselho que essas palavras tentaram impor desde o princípio, elas não sabem o que dizem. São apenas fruto de uma imaginação que insiste em existir…