Ainda não tenho a resposta para a maioria dos questionamentos que brotam dentro de mim. Cultivo cada um deles imaginando onde essa rota confusa e sem rumo pode me levar. No entanto, ironicamente, questiono-me, novamente, o porquê de querer tantas certezas. A segurança gerada pelo fruto do saber é, definitivamente, algo que todos ansiamos.
Seria mais fácil dar o próximo passo sabendo que este é o melhor a se fazer, no melhor momento e do melhor jeito. Recorrer a análises, fazer inúmeras previsões, consultas a especialistas confere uma assertividade incrível, mas não é garantia de nada. E, no final das contas, a vida se mostra a incerteza mais certa que vamos experimentar. Uma contradição paradoxal recheada de deleites e dores.
Por mais que eu queira, não consigo entender e identificar tudo o que se passa aqui dentro. Um turbilhão de inquietações confusas que não sabem onde ir. Viciada em buscar respostas que não fazem mais sentido. Apenas uma mente barulhenta querendo se encontrar no caos que habita em mim.
Mas a busca pela conclusão é cansativa, principalmente quando ainda não sabemos em qual parte do trajeto nos encontramos. Aos poucos, nos aproximamos das nossas dúvidas e começamos a dar ouvidos às suas possibilidades, que são infinitas e infindáveis. Afinal, a única garantia é não haver nada garantido.
E a grande diversão nessa brincadeira, às vezes um pouco sem graça, é que isso exige de nós uma sensibilidade responsável a todo momento. Diferente de quando se tem um grande objetivo e sonha-se com o momento da realização daquele desejo. Passamos os dias sonhando acordados esperando o tempo da concretização. Mas, com o fator da dúvida a postos, é preciso sonhar com os pés no chão.