Você ainda é a razão do meu descompasso cardíaco. Dessa inquietação descontrolada que toma conta quando o assunto é você. O motivo desses adjetivos exagerados e carentes em busca de um sujeito determinado, que tem seu nome e sobrenome. A justificativa de todos os pleonasmos utilizados para dizer o quanto te gosto do mesmo jeito, de mil formas diferentes.
A faísca de inspiração que torna os meus dias mais leves, coloridos e bonitos. É aquela chuva de verão no final de tarde, que nos convida para lavar a alma e refrescar a mente com as melhores lembranças que construímos, visto que foi o que restou.
Você é a força que me impulsiona a seguir em frente, ainda que só. Foi a escola que ensinou que os pares só existem quando sabem ser ímpares, assim como para existir plural tem que saber ser singular. Números e letras tentam demonstrar numa equação gramatical que somos equivalentes. Como o verbo e o sujeito, inseparáveis. Mas a vida tem suas próprias regras e não há como burlá-las, ainda que pareçam estar erradas.
O destino é cruel. Às vezes, ignoro sua existência, assim como ele fez com a nossa história, que ele preferiu parar de escrever. Versos inacabados e sem rimas gravados à tinta, cujo o eu-lírico não consegue apagar. Tatuagens que preenchem uma alma que não se acostuma com o vazio da sua ausência.
Trago à tona o sujeito oculto e determinado, graças a você. Palavra esta que deixou de ser um substantivo comum e ganhou significados o suficiente para tentar cumprir uma missão impossível, te definir. Um dicionário com a fórmula que revele seu sorriso, descreva a generosidade de um coração sincero que cativa com a simplicidade de quem sabe viver, e inspira vida. E me inspira a ser a cada dia melhor, para o mundo e para mim.
Você não é mais o porto seguro onde eu me ancorava, mas segurou as minhas mãos até meus passos firmarem o suficiente para eu andar com as minhas próprias pernas. Você é o que é e continuará sendo, independente do que estas palavras incansávelmente tentem dizer. Contudo, não deixará de ser a bússola que guiou-me ao melhor lugar do universo, de volta para o meu mundo, de volta para mim…